Chefes de fraude na mineração são levados de BH para presídio de segurança máxima em Campo Grande
20/09/2025
(Foto: Reprodução) Presos na Operação Rejeito são transferidos de BH para presídio federal em Campo Grande
A Polícia Federal transferiu na tarde deste sábado (20) para o Presídio Federal de Campo Grande (MS) chefes do esquema de fraudes na mineração que foram presos na Operação Rejeito, deflagrada na última quarta-feira (17) em Minas Gerais.
A investigação do caso desvendou uma organização criminosa que atuava na liberação de licenças ambientais fraudulentas para exploração mineral. O esquema envolvia pagamentos de propina com participação de empresas de fachada e "laranjas", servidores públicos e empresários. O diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra, estava entre os presos.
Segundo a PF, foram transferidos para o presídio de segurança máxima da capital sul-mato-grossense três dos chefes do esquema:
Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso.
João Alberto Paixão Lages, sócio de empresa e articulador do esquema.
Helder Adriano de Freitas, apontado como articulador com servidores públicos e representantes de órgãos ambientais para manipular processos de licenciamento.
O avião com os presos deixou o Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, por volta de 13h.
A operação prendeu 16 pessoas por participação no esquema. Os crimes investigados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro, além de crimes ambientais e contra a ordem econômica.
De acordo com autoridades, esta é a primeira vez na história que a Justiça autoriza a transferência de presos ligados a crimes ambientais para um presídio federal de segurança máxima.
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O esquema revelado pela Operação Rejeito movimentou cifras bilionárias. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão ligado aos envolvidos nas fraudes. A investigação atingiu diretamente o alto escalão do governo Romeu Zema (Novo).
Pelo menos quatro dirigentes de órgãos ambientais e de patrimônio estaduais foram exonerados ou afastados dos cargos após serem citados nas investigações.
Na quinta-feira (18), Romeu Zema disse que a Controladoria Geral do Estado (CGE) já suspeitava da organização criminosa e que espera uma "punição exemplar" aos envolvidos.
"Estamos dando todo apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que realmente estejam envolvidos em qualquer ato ilegal", afirmou.
Em nota, o governo de Minas afirmou que "não compactua com desvios de conduta de servidores" e que está tomando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a exoneração e afastamento dos envolvidos.
Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG
Arte/g1
Operação Rejeito desvenda esquema bilionário que viabilizava projetos de mineração ilegais em áreas protegidas como a Serra do Curral.
Polícia Federal
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